Restauração indireta de resina composta em dentes posteriores: quando é a melhor solução?

Quando a estrutura de um dente posterior fica gravemente comprometida por fratura ou cárie, uma restauração direta em resina muitas vezes não oferece a resistência necessária.

Casos Clínicos
Nuno Seabra

Nestes casos, a restauração indireta em resina composta (inlay, onlay ou overlay) permite-nos devolver a anatomia, função e estética ao paciente de forma não invasiva.

O desafio inicial

O paciente apresentava uma grande área de destruição no molar, com perda da cúspide. Uma coroa total resolveria o problema, mas exigiria maior desgaste do dente original, então a solução ideal teria de conservar a estrutura e ter longevidade funcional.

A solução que escolhi

Optei por uma restauração indireta em resina composta tipo onlay. Uma técnica que gosto muito de utilizar quando a destruição é grande e temos várias paredes do dente envolvidas!

O fluxo seguiu estes passos:

  • Remoção de tecido cariado e selamento imediato da dentina para controlar a sensibilidade.
  • Preparação mínima removendo apenas a estrutura comprometida, preservando as paredes.
  • Impressão (analógica ou digital) e fabrico da peça em laboratório. A polimerização sob calor e pressão aumenta a resistência a longo prazo.
  • Prova seca e colagem com cimento resinoso, com ajuste oclusal fino.

A literatura destaca que as restaurações indiretas oferecem melhor contorno e contacto proximal, menor sensibilidade pós-operatória e maior acabamento e polimento porque são produzidas fora da boca. Além disso, a polimerização fora de boca e possibilidade de utilização de calor para um maior grau de conversão da resina, aumenta a resistência do material.

O resultado final

O processo devolveu altura cuspal e contactos estáveis ao paciente, com recuperação da eficiência mastigatória.

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Perguntas frequentes de pacientes

  • Quanto tempo dura? Com boa higiene e consultas de manutenção, estes onlays podem durar em média 7 a 10 anos, muitas vezes ultrapassando esse tempo em condições favoráveis (Higiene e Hábitos).
  • Por que não usar cerâmica? Resinas compostas absorvem melhor as tensões e são reparáveis. São melhores quando se quer conservar o máximo do dente.

    Cerâmicas são excelentes para margens estáveis e alta resistência ao desgaste, a escolha é feita confrome o caso e histórico do paciente.

Conclusão

As restaurações indiretas em resina composta são uma solução moderna para dentes posteriores com grande perda estrutural. Permitem preservar tecido, restaurar função e estética e oferecem longevidade graças à melhor polimerização da resina.

Para quem procura alternativas minimamente invasivas com resultados duradouros, esta é uma opção a considerar.

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